Agosto se aproxima! Alguns supersticiosos o chamam “mês do desgosto”. Que pena! Essa visão remete à perda de sentido da vida, algo que leva a um vazio existencial. Ainda bem que a fé bíblica nos dá outro significado: “Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou... Ensinai-nos a contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria” (Salmo 90, 4.12). Pergunte-se: qual o legado que deixarei nestes anos vividos sobre este planeta?  Belo será se traçamos metas nesta vida e sedimentamos nossa vida sobre valores sólidos e princípios de vida segundo a vida de fé. A cada domingo, do mês de agosto, a Igreja apresenta um projeto de vida, uma vocação, um chamado para a realização de uma missão de amor para com o próximo que aproxima a pessoa do Reino de Deus. O reinado que Jesus apresenta é saber viver a cada dia, no tempo presente “o Amor de Deus que vale mais do que a própria vida” (Salmo 137);  Ele está entre nós, representado por cada um de nós, que fomos criados a imagem e semelhança do Pai, somos irmãos adotivos de Cristo e somos chamados a servir o irmão, como “Jesus fez no momento que lavou os pés dos discipulos, dizendo que o Filho do Homem não venho para ser servido, mas para servir.”   Um reino que é revelado ao cristão quando o ser humano realiza a vontade do Pai no projeto pessoal de sua vida cristã.  O projeto de vida é importante para continuar a firmar a vida como cristãos.  A pessoa de Jesus é referência fundamental na vida de um cristão, assim como a fundamentação de todo o projeto de vida. O cristão deve organizar sua vida de forma coerente, de acordo com a realidade que vive, contribuindo para tomada de decisões, constroi as etapas a serem realizadas para a realização do plano desejado segundo a vontade de Deus e os princípios cristãos.   O ser humano precisa desenvolver um projeto de vida, para realizar seus planos, realizar seus sonhos, usar seus carismas e dons dados por Deus para que a graça, a sabedoria e o amor da Santíssima Trindade esteja sempre presente na vida da pessoa. Para que isto aconteça, o projeto deve ter uma opção vocacional, é a parte fundamental do projeto, é um elemento importante para a felicidade e a realização humana do cristão. A primeira e mais essencial vocação do homem é o amor, uma vez que, em sua identidade mais profunda, traz a imagem e semelhança do Deus-Amor.  “Nós cremos no amor de Deus – deste modo pode o cristão exprimir a opção fundamental da sua vida. Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá vida um novo horizonte e, desta forma o rumo decisivo.” (Carta Encíclica Deus Caritas Est/ BentoXVI), para ilustrar este texto, lembramos o momento que o Anjo Gabriel anuncia a Maria o projeto de Deus para ela; ser a Mãe do Filho de Deus, um menino que ela colocará o nome de Jesus, e ela responde com a frase: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim tua vontade”.  A Virgem Maria acreditou na vinda do Filho do Homem, na Palavra que se tornou carne em seu ventre, sequer um segundo duvidar do amor de Deus por ela. “Apenas uma Palavra e serei salvo”, é o que proclamamos na liturgia Eucarística da missa que participamos no domingo. Quando celebramos a Memória da Vida, Paixão, Morte e Ressurreição do Nosso Senhor Jesus Cristo. Lembrando que fomos chamados pelo batismo à vocação cristã, pertencemos a uma Igreja Missionária e aberta a todos. O serviço missionário é realizado por todos (sacerdotes, leigos, consagrados e consagradas).   A cada domingo do mês Vocacional, lembramos uma vocação: Primeiro Domingo lembramos a vocação sacerdotal exercida pelo Padre, Bispos e o Papa que são os pastores da Igreja que conduzem o rebanho de Deus ao seu encontro.  No segundo domingo, comemoramos o dia dos Pais; dia Vocação Matrimonial, dia da Família; no terceiro domingo, as vocações religiosas:  Irmãos e Irmãs das congregações da Igreja e, finalmente o quarto domingo, dedicado as vocações leigas e os catequistas, que ajudam na evangelização cristã. Para viver uma vocação cristã feliz é preciso traçar objetivos desde cedo. “Temos que ter um objetivo maior na vida, para que possamos nos programar para o futuro”, tendo como alicerce a oração, estudo da palavra, trabalho, fé e um amor profundo e fiel a Deus.

Padre Ricardo Fontana - Reitor do Santuário de Caravaggio